Friday, July 6, 2007

Totem + Top Shop + Patti Smith = Fred D’orey


Em 1995, Fred D’orey (Foto Alto) inaugurava a primeira loja da Totem, em Ipanema. De lá para cá, as coisas mudaram. No início, Fred só fazia roupas masculinas. Agora, ele também produz as linhas feminina – que hoje é maior que a masculina – e infantil.

O blog Moda Pop conversou com o empresário em uma de suas lojas, enquanto o apaixonado por música esperava para participar de uma entrevista aberta ao público em um shopping da Barra da Tijuca. Leia o papo a seguir.

Moda Pop: Por que você escolheu a Patti Smith como tema da coleção do próximo verão?
Fred D’orey: Porque eu adoro rock e precisava escolher uma roqueira que fosse o símbolo da coleção. Eu acho que a Patti tinha essa cara que eu precisava. Eu não queria que fosse uma menininha. Queria alguém mais intelectualizada e acho que a Patti Smith preenche bem isso.

MP: Tudo o que foi mostrado na passarela estará nas lojas?
FD: Praticamente tudo, com algumas pequenas modificações. Talvez um decote um pouco menor no vestido que abriu o desfile. Uma gola um pouco menor. No desfile, a gente tende a maximizar a peça.

MP: Como você transformou a Patti em roupas?
FD: Primeiro, o que significa Patti Smith? Ela é uma mulher e se vestia de uma forma meio masculina. A gente pegou a coisa da alfaiataria. Mexemos com gola, botões. Foi uma livre interpretação. Pegamos tudo o que tinha a ver com o universo da alfaiataria e transportamos para uma coisa mais feminina que é a linguagem da Totem.

MP: Sobre a Totem agora ser vendida na Top Shop, Como isso se deu?
FD: A gente tem um distribuidor na Inglaterra e ele fez uma entrevista lá e os caras de cara gostaram. Fixou-se uma data e a gente estreou. Vendeu muito na primeira semana. Na segunda semana, o nosso espaço aumentou em 50%. A gente está trabalhando com entregas mensais para a Top Shop. E o desafio agora é trabalhar o inverno por lá

MP: A próxima coleção é sobre rock, mas a três anteriores também eram sobre o ritmo. O que lhe atrai tanto no rock?
FD: O que acontece é que eu não sou o estilista. Eu dou o estilo da minha marca. As coleções têm de refletir o universo que me interessa. Eu não vou fazer sobre as Pirâmides do Egito, porque não é uma coisa que me interessa. Mas, a música é uma coisa que me interessa. Eu sempre li muito. Tenho várias assinaturas de revistas sobre o assunto, tenho 2.000 vinis, 5.000 CDs, 9.000 músicas no meu I.pod. É um universo que me interessa bastante. A música foi o elemento transformador da nossa cultura, do final do século XX. Tem muito componente de moda na música.

MP: De todas as coleções que você fez até hoje, qual é a sua predileta?
FD: Eu gostei mais da primeira parte da Swinging London (Inverno 2006). Porque, a gente descobriu o tema e aquilo veio como uma erupção. Eu adoro estamparia e foi muito rico trabalhar com estampas que remetiam àquela época. Também era muito novo. Naquele momento, esse componente inglês, da Swinging London, foi algo novo.

MP: Você faz coleção de inverno. Por que você pula a edição de inverno do Fashion Rio?
FD: No próximo ano estou com vontade de fazer. Mas, eu pulo porque eu fico cansado. Dá muito trabalho e, às vezes, eu não tenho energia de fazer dois desfiles por ano.

MP: Quem você acha que é a cara da Totem?
FD: Eu. (Risos)

MP: Qual é a sua aposta para o verão 2008?
FD: Eu acho que os vestidos vão estar muito curtos. Mini vestidos. Shorts muito curtos também e formas mais arredondadas.

MP: Para terminar, pegando muitas ondas?
FD: Direto, graças a Deus. Pegando muitas ondas.

Foto: Gilberto Junior

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