Thursday, May 10, 2007

No mundo da Tear Gas

Sempre com temas atuais e polêmicos, a marca Tear Gas, de Marcello Iabrude, se prepara para entrar pela terceira vez nas passarelas do Rio Moda Hype. Dessa vez o tema escolhido, para o verão 2007/2008 (ver croqui ao lado), é o Apocalypse. Marcello levará às passarelas uma coleção que remete ao fim do mundo. ‘’Eu irei mostrar um trabalho inovador, aplicando o apocalypse a um conceito de roupas desestruturadas e com ar futurista. Nas passarelas eu mostrarei um shape diferente, aliado aos tecidos tecnológicos. Utilizarei um pouco de cor e estampas’’, antecipa o designer.

Nas lojas que comercializam os produtos da Tear Gas estão a venda a coleção de inverno, que, mais uma vez, não perdeu a veia contestadora. ‘’A idéia do desfile de inverno era trabalhar uma questão politicamente correta. Eu gosto de animais e queria fazer uma coleção dedicada a eles. Eu implementei esse conceito, colocando como uma parcela de ajuda contra o uso de peles. Incentivando o uso de pele sintética’’, fala Marcello, que escolheu, dentro de suas criações, o macacão como a cara da atual estação.

Uma marca exclusiva

Marcello Iabrude (Foto abaixo) criou a Tear Gas, em 2001. O estilista conta que o nome da marca foi inspirado no gás lacrimogêneo e na cultura jovem. ‘’O gás lacrimogêneo está presente em muitos dos eventos nos quais exista o idealismo jovial muito forte. Ou seja, pode ser encontrado em passeatas, rebeliões, revoltas. E a Tear Gas cria roupas que transpiram esse ar revolucionário. É inovadora, idealista e está presente em muitos acontecimentos políticos, sociais, econômicos e religiosos. E ainda tem o ícone da marca, que é a máscara que protege contra o gás’’, diz Iabrude.


A idéia de Marcello quando criou a marca era trazer para o Brasil um novo conceito de design em moda, para agradar pessoas com personalidades ecléticas, arrojadas, que gostam e entendem de moda, modernas e, principalmente, aos jovens.

O que poucas pessoas sabem é que Marcello, antes de ser designer, se formou em Direito. ‘’A vontade de ter a marca sempre existiu. Só que eu achei que eu começaria a desempenhar a função de designer um pouco mais adiante. Depois que eu tivesse condições de colocar o meu projeto em prática. Mas, a vontade de fazer logo foi maior e assim que terminei a faculdade de Direito, eu montei a marca’’, relembra Iabrude, que elege as marcas Dsquared2, Iceberg e Rock Republic como as suas grifes prediletas.


A entrada no mundo dos desfiles aconteceu em 2006, na temporada de verão 2006/2007, no Rio Moda Hype. Marcello conta que a sua estréia nas passarelas já era para ter ocorrido desde a primeira edição do evento responsável por lançar novos criadores, mas que por algum motivo o seu projeto não foi aprovado. ‘’Eu nem sei porquê o meu projeto não foi aceito. Ele era maravilhoso. Inclusive, ele foi copiado em edições que seguiram a primeira. Eu achei injusto o julgamento e fiquei afastado do evento por um tempo. Até que por pressão dos próprios organizadores, eu enviei um outro projeto e fui escolhido’’, discorre o designer, que afirma que o modelo Álvaro Jacomossi tem tudo a ver com a Tear Gas.

Marcello se mostra bem otimista quando o assunto em pauta é o futuro. ‘’O meu objetivo na próxima década é transformar a Tear Gas em uma marca internacional. Eu vejo a grife como tal. E também quero levá-la para a capital paulista e ter um ponto de venda em cada estado, não mais que isso, porque a marca foi exclusiva, é exclusiva e será exclusiva. Ela não terá nunca grandes produções em cima de um mesmo modelo. Principalmente o jeans’’, finaliza Marcello Iabrude.

Fotos: Gilberto Junior
Para ler ouvindo: Joy Division- Love will tear us apart

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